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Foto ilustrativa do voluntariado na Figueira da Foz de Bonae Spei (Facebook) |
“Os jovens que Ataíde não quis na Piscina-Mar!”
Crónica de Carlos Miguel Vitória
Num concelho de costas voltadas para os jovens, foram estes que ao longo dos últimos
dias se têm mobilizado de forma voluntária para ajudar a limpar o rasto de destruição que
nos assolou. Isto revela que apesar de o município ter desistido deles estes recusam-se a
cruzar os braços e nada fazer.
Nos últimos anos temos assistido a uma política de juventude inexistente. Os jovens não
podem prosseguir os seus estudos superiores por cá, como a geração anterior. Não têm
oportunidades de emprego sustentável para iniciar a sua vida independente. Não têm
condições para formar família e fazer esta crescer. E muito mais se podia enumerar de
políticas de juventude inexistentes.
A Figueira é um concelho cada vez mais deserto de jovens. Estes quando saem raramente
voltam. Comparada com outros concelhos a Figueira não é atrativa para regressar. É
urgente reverter o caminho que seguimos. A figueira está a envelhecer aceleradamente e,
infelizmente, o que nos espera no fim da velhice é a morte! A figueira está a morrer! A
única salvação é o rejuvenescimento, e enquanto este não acontecer o futuro é a morte.
No entanto, os jovens, deram uma bofetada de luva branca no Município. Eles amam a
sua terra, não querem desistir dela! Quando esta precisa estes estão lá. É pena que o
contrário já não se verifique.
O facto de não terem aulas não os fez ficar por casa. Organizaram-se de uma forma
imediata em vários grupos informais, sem hierarquias complexas ou cadeias de comendo,
a opinião de todos era partilhada com todos. Souberam identificar prioridades e
adequaram as ações aos meios disponíveis. Mostraram as melhores qualidades desta
geração. Não houve clubismos ou cores partidárias, eram todos iguais. O que os moveu
foi uma causa, são uma geração de causas! O importante era fazer o que era possível, e
arranjar maneira de fazer o impossível.
Os mais novos com ações mais próximas, mas nem sempre menos leves, e os mais velhos,
e com capacidade de mobilidade, nas freguesias mais distantes. Mesmo quem trabalha,
após cumprir as suas funções laborais, sai para a rua e segue noite dentro a fazer o que
pode. Prescindem de momentos de lazer e descanso, da companhia das suas famílias e
vão ajudar quem precisa, quem na maioria dos casos não conhece, e que os encontra nas
ruas e apenas pede ajuda.
Estes foram os jovens que João Ataíde, numa reunião de Câmara de Maio, mandou ir para
a praia ou talvez para a piscina do parque de campismo, recusando fazer um preço
especial de acesso para jovens à Piscina-Mar!
Carlos Miguel Vitória
2 Comentários
Exagero de artigo. Discurso de politiquice
ResponderEliminarTêm que tornar estas notícias ainda mais públicas, sempre baseadas em factos, para envergonhar quem deve ser envergonhado.
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