Foi com a apresentação dos murais "A Família" e "Amebas - A Origem da
Vida", de Luís Soares, que o Município da Figueira da Foz assinalou o Dia
Mundial da Arte, reforçando o quanto "contribuíram para o embelezamento da
cidade”.
A primeira apresentação, junto à rotunda da Ponte Galante, no mural "A
Família" e a segunda na avenida Prof. Dr. Bissaya Barreto, no muro do Centro
de Formação da GNR, no mural "Amebas - A Origem da Vida", contaram
ambas com o agradecimento ao artista por parte do presidente da Câmara
Municipal da Figueira da Foz, Carlos Monteiro, pelo que "em boa hora foi feito"
e pelo quanto valorizaram a cidade, tornando-a ainda numa maior galeria de
arte urbana a céu aberto.
O artista, por sua vez, revelou que tem começado a pensar em instalar-se na
Figueira da Foz. "A Figueira é a minha cidade de acolhimento e tenho pensado
em instalar-me aqui com algo mais importante. Gostava de criar uma Casa
Museu onde pudesse ter todo o meu espólio que passaria a sair apenas para
exposições, sendo todo o restante trabalho feito aqui", uma vez que considera
ser uma "má política" ter a obra espalhada em vários locais, explicou.
No seguimento da sugestão de Luís Soares, Carlos Monteiro mostrou-se
inteiramente disponível para, em conjunto, analisarem as condições
necessárias para que a sua vontade se realize, tendo afirmado que a Figueira
da Foz "acolhe bem toda a gente e, com o contributo que o artista tem dado,
naturalmente, também será bem acolhido”.
No que às obras diz respeito, Luís Soares convidou as pessoas a não
passarem só de carro, porque quanto mais olharem, mais vão ver. "Cada vez
que observarem, vão ver sempre coisas diferentes, porque têm um tempo para
amadurecer. As obras não têm de ser lidas a priori", reiterou.
"Para além do mar, as pessoas têm agora vários murais que podem ver num
passeio", afirmou ainda o artista, destacando a ligação da cidade à arte
urbana.
Descendente de colonos, Luís Soares nasceu na década de 1950 em
Moçambique, tendo no final desse período viajado para a Europa. Até 1969, o
seu percurso repartiu-se entre Moçambique e Portugal. Em 1979 fixa-se em
Cascais e funda a Ceramicarte, onde monta atelier, iniciando aí um trabalho de
investigação com vista a criar um tipo de cerâmica que se identifique com a
zona, regenerando as suas novas raízes.
O artista fez mais de duzentas exposições em nome próprio e participou em
mais de seiscentas exposições coletivas, um pouco por todo o mundo.
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