O Núcleo Museológico do Mar tem patente, desde 13 de julho, a exposição fotográfica
«Cabo Mondego - Ligação entre um monumento natural e a pegada humana», de
Janine Barreto, que procura captar as “principais características naturais deste espaço
e todo o seu potencial aos mais diversos níveis”.
Com este registo, Janine Barreto pretende ´partilhar` o local, pela sua importância
histórica singular, pedagógica e cultural, mas também consciencializar o público sobre
o tema, despertando o seu sentido crítico.
Janine Barreto nasceu em 1988, na Figueira da Foz. Completou a sua formação
académica na área da música e mais recentemente começou a aperfeiçoar o seu olhar
artístico e crítico através da fotografia.
O seu percurso fotográfico começou em Lisboa, com a fotografia de rua onde, no
decorrer dos anos 2017-2019, realizou o projeto “retrato turístico”, uma reflexão
acerca
dos efeitos do turismo em massa na capital, mais concretamente nos bairros
históricos.
O regresso à sua terra natal serviu de inspiração para a realização deste projeto, que
foi sentida como um dever cívico, de forma a partilhar imagens que permitam alguma
consciencialização sobre este sítio de elevada importância histórica, pedagógica e
cultural, não só em contexto local e regional, mas também nacional.
A exposição pode ser visitada, de forma gratuita, de segunda a sexta-feira, das 09h00
às 13h00 e das 14h00 às 17h00 e, até 15 de setembro, também aos sábados, das
14h00 às 19h00.
O Cabo Mondego:
É considerado Monumento Natural, de importância nacional e internacional, pelos
seus afloramentos jurássicos.
Dotado de uma beleza natural única, o Cabo Mondego estabelece ligações singulares a
nível paisagístico com os elementos que ali convergem: montanha, mar e falésias.
Globalmente esta zona sofreu um profundo desgaste graças à indústria (carvão e cal
hidráulica), que explorou o local durante dois séculos.
O Cabo Mondego insere-se no contexto da Bacia Lusitânica e localiza-se na faixa
ocidental da Serra da Boa Viagem.
Classificado como Monumento Natural desde 2007, constitui-se como um dos
testemunhos mais importantes da história geológica de Portugal e mais relevantes
episódios da história da Terra ocorridos durante o Jurássico, para um intervalo de
tempo que se situa aproximadamente entre os 185 e os 140 milhões de anos.
O registo fóssil do Jurássico do Cabo Mondego inclui vários tipos de fósseis, de animais
a plantas, bem como é possível reconhecer eventos geológicos relevantes.
Desde 2016 ostenta um “Golden Spike” (Prego Dourado), que assinala o limite inferior
do andar geológico denominado Bajociano (Época do Jurássico Médio, com cerca de
170 milhões de anos), designado como “Secção da Murtinheira”.
Esta classificação foi atribuída pela IUGS (Internacional Union of Geological Sciences).
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