Foi sob o tema "Prevenção, Erradicação e Controlo de Espécies Exóticas
e Invasoras no território da Comunidade Intermunicipal da Região de
Coimbra" que decorreu na passada quinta-feira, uma sessão de
esclarecimentos no Auditório João César Monteiro, no Centro de Artes e
Espectáculos, promovida pelo Município da Figueira da Foz e pela CIM
RC e com a colaboração da investigadora Hélia Marchante, da Escola
Superior Agrária de Coimbra.
O projeto apresentado tem como objetivo desencadear, na região,
processos de prevenção e controlo de espécies invasoras da fauna e
flora, nomeadamente do jacinto-de-água na bacia do rio Mondego, na
lagoa das Barças e na lagoa da Vela. Trata-se de uma estratégia
conjunta entre os Municípios de Mira, Cantanhede, Montemor-o-Velho,
Soure, Góis, Vila Nova de Poiares, Tábua e Figueira da Foz, e tem como
parceiros a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), a Empresa de
Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA) e o Centro de
Ecologia Funcional da Universidade Coimbra (UC).
Nesse sentido, a CIM RC viu aprovada pelo Programa Operacional
Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR), uma
candidatura no valor de mais de 500 000€ e que integra um conjunto
vasto de investimentos, sendo de destacar a aquisição de um anfíbio
aquático que irá realizar o controlo mecânico de espécies invasoras em
meio aquático e terrestre. No caso concreto das ações de controlo do
jacinto-de-água, está destinado um investimento de cerca de 250 000€.
A apresentação do projeto decorreu no seguimento de visitas às áreas
com a colaboração dos municípios e da Escola Superior Agrária de
Coimbra, realizadas no primeiro semestre do ano. Para o segundo
semestre de 2020 está prevista a instalação das barreiras de contenção,
de forma a confinar o jacinto-de-água às áreas já invadidas.
“Estas espécies invasoras representam um problema muito sério no
Mondego, pois são capazes de formar verdadeiros tapetes sobre a água,
cobrindo completamente a superfície e provocando efeitos devastadores
na biodiversidade. Nesta iniciativa, que reúne oito municípios da Região
de Coimbra, queremos alcançar resultados práticos e também resultados
científicos, que eventualmente poderão ser replicáveis”, destacou o
secretário executivo da CIM RC, Jorge Brito.
O presidente da autarquia, por sua vez, realçou que este é um assunto
do "interesse de todos", uma vez que os jacintos-de-água prejudicam
fortemente a atividade piscatória e que, nesse sentido, é de extrema
importância apostar na sua erradicação.
Prevenção, resposta rápida, priorizar, continuidade a longo prazo,
coordenação, comprometimento dos diferentes intervenientes e
proteção, foram os fatores destacados pela investigadora presente para
fazer face às plantas invasoras, tendo destacado ainda a "monitorização
regular" ao longo do ano para remoção de pequenos núcleos logo após o
seu surgimento. Garantindo que, "esta é uma 'guerra' que tem de estar
marcada por um forte comprometimento".
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