Figueira da Foz recebeu Encontro com o escritor Mário Cláudio










Decorreu no passado sábado, 25 de janeiro, pelas 15h30, na Sala 3 do Centro de Artes e Espectáculos (CAE), no âmbito da exposição fotográfica “Escritores, Memórias e Olhares”, de Fernando Bento, patente no CAE até 2 de Fevereiro, um encontro com o escritor Mário Cláudio, que contou com a moderação do curador da exposição e também ele escritor, Luís Machado, e com a presença do vereador da Cultura, Nuno Gonçalves, e de uma vasta plateia de interessados em literatura. Luís Machado iniciou o encontro com uma breve apresentação da exposição fotográfica de Fernando Bento, que reúne 25 fotografias, a preto e branco, de escritores nacionais. Já Nuno Gonçalves manifestou a sua satisfação por ser na Figueira da Foz que, pela primeira vez, a exposição “Escritores, Memórias e Olhares” se encontra patente ao público. O autarca agradeceu a presença de Mário Cláudio e elogiou a “singularidade que o autor convoca para a sua escrita”. Mário Cláudio falou de si, da ligação da família à Figueira da Foz, em particular à localidade de Quiaios, onde os seus avós e família passavam regularmente férias. 1 O escritor expressou um sentimento de “emoção comovida” perante a exposição de fotografias que retratam muitos amigos, alguns dos quais foram muito especiais no seu percurso literário. O encontro contou com a presença de elementos da Comunidade de Leitores da Biblioteca Municipal da Figueira da Foz, cuja obra de leitura mensal foi um romance do autor, «Memórias Secretas», e que aproveitaram a ocasião para questionar o escritor sobre diversas curiosidades. Este partilhou algumas memórias, falou sobre os três personagens de banda desenhada cujas biografias são construídas na obra e revelou alguns dos seus hábitos e rotina de escrita. Mário Cláudio escreve diariamente, com um horário de trabalho que sempre procura respeitar, mesmo durante o período de férias, disciplinado e evitando entregar-se a impulsos de momento. O escritor referiu que nunca relê os seus livros, sob pena de sentir que falhou em muita coisa daquilo que gostaria de ter expressado. “Um livro nunca se acaba. É algo que sempre está aberto a outras alternativas. Se fosse ler, ia sempre mudar tudo”, enfatizou. Um dos temas de conversa foi também o ensino e a motivação para a leitura, tendo o autor referido a esse propósito que “o papel do professor é fundamental para orientar a aproximação dos alunos às obras literárias e cultivar o gosto pela leitura”, contudo “os programas escolares muitas vezes podem matar os autores”, pois perde-se “muito do sentimento de uma obra ao tentar dividi-la em orações gramaticais”. A terminar o encontro, Mário Cláudio manifestou-se convicto que “há uma oferta de leitura para toda a gente” e que “ninguém deve dizer que não gosta de ler”. “Tudo depende do que nos é dado a conhecer”, referiu o autor que tem novo livro terminado “Teoria das Nuvens”, prestes a ir para o prelo. A exposição de “Escritores, Memórias e Olhares”, encerra dia 2 de fevereiro, pelas 15h30, no Auditório Municipal, com um recital de poesia dinamizado por Luís Machado.

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