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29 de janeiro de 2018

5as de Leitura com Nuno Amado e Maria do Rosário Pedreira




LITERATURA



A primeira sessão das 5as de Leitura de 2018 realizou-se no passado dia 25 de Janeiro, na Biblioteca Municipal, com o escritor Nuno Amado e a editora Maria do Rosário Pedreira, numa conversa moderada pelo Presidente da Autarquia, João Ataíde.


Nuno Amado, psicólogo, psicoterapeuta e professor universitário, autor de livros de divulgação científica - « Diz-me a Verdade sobre o Amor» e «Ups! Já Fiz Asneira Outra Vez», ambos publicados pela Oficina do Livro - estreou-se na ficção em 2012 com «À espera de Moby Dick», a que se seguiu em 2015 «Manual de Felicidade para Neuróticos» e, em 2018, o romance finalista do Prémio LeYa, «Parem Todos os Relógios», apresentado em primeira mão nesta sessão literária na Figueira da Foz.

«A vantagem da não-ficção sobre a ficção é que, mesmo que eu seja desinteressante, a realidade não o é», afirmou, em resposta a Maria do Rosário Pedreira, sobre a transição da literatura de pendor científico para a do romance. «Na ficção há mais liberdade mas também maior responsabilidade», acrescentou, sem esconder que tem, para os seus romances, uma aspiração especial. «Que ainda sejam actuais quando os meus netos os lerem, porque, no fundo, não há muitas histórias, o que há, felizmente, é formas infinitas de as contar», sustentou.

Numa conversa que versou sobretudo sobre emoções - «o tipo de leitura que mais me fascina é a que vai ao interior das pessoas», partilhou a certa altura -, o amor teve lugar de destaque. «Existe amor à primeira vista?», perguntaram-lhe. «Existe, não são todos, e não sei se é bom ou mau, mas existe, para algumas pessoas, essa sensação de suspensão do tempo, em que os relógios param...», ilustrou. Desse amor-paixão falou, no entanto, sem grande expectativa. «Para que o amor tenha futuro, a paixão não o pode ter», defendeu. «A paixão dura de duas horas a dois ou quatro anos, está estudado. 

A certa altura, os relógios têm de voltar a funcionar», ilustrou. «Se se passar da paixão para o amor quase sem se notar, é bom sinal. É como a transformação da lagarta em borboleta, mas ao contrário: começamos com borboletas e, se tudo correr bem, transformamo-nos em lagartas felizes, sendo que a felicidade não exclui a tristeza, a melancolia, a rotina, os erros… a vida faz-se de todas essas dimensões. Mas há pessoas viciadas na paixão», admitiu. Tudo isto está nos livros de Nuno Amado, e não é por acaso. 

«Um psicoterapeuta é uma espécie de leitor de pessoas, mas que tem intervenção na vida das ‘personagens’», explicou. Ao que aprende na sua prática clínica, com pacientes que são, sobretudo, sexo feminino, Nuno Amado junta os livros que lê, muitos e desde muito jovem. «Lê mesmo quando escreve? Sem medo de ser influenciado pelo estilo de outros autores», perguntou a editora. «Claro, se não lesse quando escrevo passaria muito tempo sem ler… não conseguiria», retorquiu. «Claro que, às vezes, ao reler um trecho que escrevi, percebo que há uma frase que não é minha… e volto a escrever esse trecho», revelou. «Ninguém pense que escreve sem ler muito. Se a minha biblioteca fosse outra, eu seria uma pessoa completamente diferente», acrescentou.

Em fevereiro, dia 15, as 5as de Leitura recebem Francisco Moita Flores e a sua editora, Marta Ramires, para uma conversa com os leitores à volta de «O Mensageiro do Rei», o mais recente livro do autor, editado pela Casa das Letras – LEYA.


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