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29 de agosto de 2017

História da Freguesia de Ferreira-a-Nova


HISTÓRIA

Breve história de Ferreira-a-Nova

Ferreira-a-Nova é uma freguesia do concelho da Figueira da Foz, com 27,83 km² de área e cerca de 1 500 habitantes, mas a sua história é bastante remota.

«O ribeiro de Faja, enriquecido com as águas dos ribeiros de Toscana, Tromelgo, Zurrão e Vale de Liceia, esteve certamente na origem do povoamento desta úbere região. 

Apesar da ascendência normanda e árabe, Ferreira-a-Nova consolidou a sua povoação a partir do reinado de D. Afonso Henriques. Documentos históricos vão dando noticia desta aldeia, designada como "Ferreira de Santa Eulália-a-nova","S'anta Eulália da Ferreira-a-Nova" ou, simplesmente, "Ferreira-a-Nova". 

De acordo com a opinião de alguns esclarecidos, o topónimo "Ferreira" parece dever-se a uma homenagem feita aos ferreiros que, no passado, habitaram esta zona da Gândara». 


Não obstante, com o passar do tempo, "-a-Nova" foi anexada ao topónimo original, talvez por ser considerada a primeira a ter aquela denominação. 

Eclesiasticamente, a sua Igreja foi curato anual do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, cujo Prior Geral (Cancelário do Real Convento de Santa Cruz de Coimbra) apresentava o Cura (frade Crúzio que paroquiava a Freguesia) que tinha direito a 40.000 (?) réis de Pé-de-Altar (Rebelo da Silva, in Dicionário Moderno, pág.: l70). O mesmo Prior, por seu turno, recebia do Convento dois moios de milho, 16.400 réis, um alqueire de trigo e quatro almudes de vinho. Posteriormente, tomou-se Vigairaria.

Em termos administrativos, Ferreira-a-Nova pertenceu inicialmente ao concelho e couto de Alhadas, mais tarde transitou para o município de Maiorca e, a partir de 1853 (data da extinção desse Concelho) passou definitivamente para a área administrativa do concelho de Figueira da Foz.

Desde a sua instituição, esta Freguesia sempre apresentou uma forte mobilidade populacional. Se hoje as deslocações mais correntes têm como destino a cidade de Figueira da Foz, local do trabalho, de transações comerciais e até de lazer, no passado, as variações demográficas eram provocadas por diferentes razões de ordem económica e/ou administrativa. 

Com efeito, em busca de melhores condições de vida, alguns dos Ferreirenses viram-se obrigados a emigrar para diferentes países, principalmente, para o Brasil (décadas de 20 e 30 do século passado), França, Luxemburgo e Alemanha (década de 60). A reestruturação administrativa, por seu turno, provocou também oscilações ao longo da sua história, nomeadamente a subdivisão da antiga Freguesia com três novas autarquias, a saber: Maiorca, Santana (1989) e Ereira. 

Das várias povoações que constituem a Freguesia de Ferreira-a-Nova, as mais populosas são as de Ferreira-a-Nova (sede de freguesia), Netos e Tromelgo. Pelo contrário, os lugares de Porto Lamas, Canosa apresentam-se como os menos povoados. Facto curioso assiste-se no lugar de Canosa que, atravessado por uma linha de água, integra as freguesias de Ferreira-a- Nova e Liceia, pertencendo, por isso, a dois concelhos distintos, Figueira da Foz e Montemor-o-Velho, o que justifica a sua baixa densidade populacional.
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Santana foi sede de uma freguesia extinta em 2013, no âmbito de uma reforma administrativa nacional, tendo o seu território sido anexado à freguesia de Ferreira-a-Nova.

Não são conhecidos testemunhos de que em Santana tenha havido presença do Homem nos tempos pré-históricos. Há apenas a registar o facto de ter sido encontrado no Rio Fôja um aglomerado de sílex, mas pelo local em causa não se podem tirar conclusões. Também nada indica que esta região fosse habitada antes do séc. XVII. 

Assenta a povoação em areias, geologicamente recentes e, portanto, sem relevo apreciável. Este facto e o da povoação estar rodeada por pinhais que se estendem por uma zona circundante também plana, torna inviável a possibilidade de qualquer panorâmica da povoação. 

Em tempos remotos existiu um castelo no monte de Santa Olaia, que provavelmente terá sido construído pelos romanos, e que, devido à sua localização, teve um papel primordial na defesa de Coimbra, porque servia de obstáculo aos mouros e de escudo à gente cristã. 

Em 1166, D.Afonso Henrique ofereceu-o ao seu amigo D.Teotónio, primeiro prior de Santa Cruz. Também no outeiro de Santa Olaia existe a capela do mesmo nome, provavelmente do tempo do nosso primeiro Rei. Numa das muitas remodelações foi-lhe abolido um painel de azulejos, segundo algumas informações datavam da segunda metade do séc. XVII. 

É uma capela simples como se pode observar pela sua fachada. No seu interior as paredes são pintadas, existe um arco cruzeiro. A imagem de Santa Olaia é de 1671. 

A meio da povoação encontra-se a capela de Santa Ana, padroeira da freguesia. É um edifício do séc. XIX, inspirado no setecentismo regional (simples e pobre na sua fachada). 

No seu exterior pode ver-se, por cima do portal, a data de 1896, época da vigésima nona remodelação, pois a primeira ocorreu em 1766, conforme se pode ver no coro alto onde consta essa inscrição. Nesta capela sobressaem as imagens de Santa Ana, Santo António, Rainha Santa Isabel, Sagrado Coração de Jeus, Nossa Senhora de Fátima, Menino Jesus de Praga, São Judas Tadeu e Nossa Senhora das Dores. 

Nas imediações de Santana situa-se a Quinta de Fôja. Outrora pertença dos Crúzios de Coimbra, esta propriedade privada, alcança uma extensa área de cerca de mil hectares, dos quais 750 são aproveitados na cultura do arroz. 
Nesta mesma Quinta existe uma capela dedicada a Santa Conceição, fundada em 1593. no pavimento põe-se em relevo a campa do Prior Geral da Congregação Crúzia – D. Tomás da Conceição. 


O povoamento desta localidade talvez tenha sido iniciado a partir da construção de uma capela, que está directamente ligada a uma lenda. O sucedido ter-se-á passado, na origem de Santana (ano de 1646), “quando ainda toda a região era um manto de verde mato. A lenda conta que um homem que por lá passava regularmente com destino a lugares da Gândara e que tinha a alcunha de “Fura-Matos” viu-se subitamente ameaçado e cercado por lobos. Sentindo-se desesperado, rezou com toda a fé a Santa Ana, para que o salvasse, prometendo, se escapasse ileso, erguer, no local, uma capela em sua honra. 

O “Fura-Matos” sobreviveu e cumpriu a promessa. A capela depois de edificada atraiu ao local os frades da Irmandade dos Crúzios, pertencentes à Santa Cruz de Coimbra, que nesse tempo habitavam no lugar de Quinta de Fôja e que construíram então uma casa onde se instalaram, a qual ainda é conhecida por “Escola Velha”. 

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